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Campina Grande, Paraíba,07/11/2024

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Irmã Rosita recebe reconhecimento global no Prêmio Nansen 2024

Irmã Rosita ajudou milhares de pessoas refugiadas facilitando o acesso a abrigo, alimentação, cuidados de saúde, treinamento de idiomas, geração de renda e documentação no Brasil

Da redação, com ACNUR
Irmã Rosita recebe reconhecimento global no Prêmio Nansen 2024 @ACNUR

A Irmã Scalabriniana Rosita Milesi recebeu nesta segunda-feira, (14), em cerimônia em Genebra, Suíça, o Prêmio Nansen global, do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). A premiação reconhece e celebra os trabalhos prestados por indivíduos, grupos ou organizações em prol dos refugiados.

O Alto Comissario do ACNUR, Filippo Grandi destacou a importância do trabalho de Irmã Rosita para a sociedade, em especial os migrantes e refugiados. Ele sublinhou o trabalho realizado junto ao governo brasileiro, na criação da Lei de Migração.

“Irmã Rosita é uma lenda para muitos no ACNUR e ela tem sido reconhecida assim há muito tempo. Muitos dos meus colegas acompanham e admiram sua coragem e liderança. Ela é uma irmã católica, trabalhadora humanitária e social, advogada e ativista. Mas acima de tudo, ela é irmã. Quem tem irmã sabe o que as irmãs fazem. Irmãs cuidam. Ela faz um trabalho incrível para migrantes e refugiados no Brasil. Ela ajuda com documentos, aulas, comida, lar. Isso é cuidar. Mas também sabemos que irmãs guiam. Ela tem sido uma guia fenomenal. Ela conseguiu mudar a legislação em seu país” comenta Grandi.

Veja alguns pontos de seu discurso:

“Uma certeza que eu tenho é que o caminho se faz caminhando”, destacou Irmã Rosita em seu discurso de agradecimento, recordando sua história, desde suas origens até seus votos religiosos, aos 19 anos.

Ela recordou a fundação, em 1985, do Centro Scalabriniano de Estudos Migratórios (CSEM), onde fundou um departamento para a assistência de refugiados, migrantes e apátridas. Naquele momento, ela destacou, haviam centenas de pessoas aguardando soluções para seus status legais no Brasil.

Irmã Rosita recordou, também, a proposição de uma lei sobre refugiados em 1995, em parceria com o ACNUR. Um tópico era muito sensível: a definição de refugiados, que incorporava o espírito da Declaração de Cartagena. “Foi uma lei que colocou o Brasil na vanguarda, inovando e ampliando o conceito para incluir a grave e generalizada violação de direitos humanos como causa para reconhecimento da condição de refugiado”, pontuou.

Ela destacou, ainda, a fundação do Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), em 1999, para atender, orientar, prestar assistência jurídica aos migrantes e refugiados. “Sinto-me feliz de dizer que não estou cansada de atuar nessa causa”, sublinhou Irmã Rosita, que compartilhou o prêmio com os refugiados, a família, a Congregação, representantes do governo, da sociedade e de entidades religiosas.

Irmã Rosita fez, ainda, um apelo “às autoridades que usam as armas que destroem a vida”, pedindo que sejam substituídas as armas pelo diálogo respeitoso e pacífico. “Até quando continuaremos a ver crianças inocentes sendo mortas pela insensatez das guerras ou definhando de fome em um planeta tão rico de recursos e possibilidades. Minha oração pelas crianças refugiadas e todas aquelas que já não podem chorar e nem sorrir porque lhe tiraram a vida”, afirmou.

Ela destacou, ainda, sua alegria em ver as mulheres sendo contempladas pelo Prêmio Nansen, destacando a sua resiliência como agentes de transformação. Irmã Rosita destacou, ainda, o legado de Nansen e pediu que todos possam agir com criatividade para buscar soluções que garantam proteção a todos os que precisam. “Com esperança, determinação e fé os caminhos abrem para que possamos caminhar e avançar”, finalizou Irmã Rosita.


Irmã Rosita ajudou milhares de pessoas refugiadas facilitando o acesso a abrigo, alimentação, cuidados de saúde, treinamento de idiomas, geração de renda e documentação no Brasil. Seu trabalho na Lei de Refugiados de 1997 ajudou a ampliar os direitos das pessoas refugiadas em consonância com a Declaração de Cartagena de 1984, assegurando assim que a lei contemple mais ações para proteger, incluir e empoderar pessoas forçadas a fugir, em conformidade com os padrões internacionais.

“Considero essencial o advocacy voltado à construção de políticas públicas. Nunca desperdicei uma oportunidade de dialogar a favor do avanço da legislação alinhada com as aspirações dos refugiados e migrantes”, discursou.


Além de Irmã Rosita, outras quatro mulheres receberam o Prêmio Nansen a nível regional, são elas: Maimouna Ba (África), Jin Davod (Europa), Nada Fadol (Oriente Médio e Norte da África) e Deepti Gurung (Ásia-Pacífico). Além disso, o povo da Moldávia recebeu menção honrosa por atuar em apoio aos refugiados que fugiram da guerra na Ucrânia.

“Fico feliz que as mulheres tenham sido as contempladas nesta edição do Nansen. Sou testemunha de sua resiliência enquanto agentes de transformação e ação, muitas vezes silenciosas e anônimas, mas buscando firmes a superação da discriminação e das injustiças sociais”, completa Milesi.

A cerimônia foi apresentada pela atriz sul-africana Nomzamo Mbatha. O evento destacou o trabalho das vencedoras e contou com apresentações da Embaixadora da Boa Vontade do ACNUR Kat Graham, da soprano moldava Valentina Nafornita e de Emeli Sandé (MBE) – cantora e compositora.

Confira a entrega do Prêmio Nansen 2024:




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